Written on 21:31 by Dona Tagarela
A vida pode ser muito simples. Pode até ser resumida em tópicos. Assim:
1-) Acordar;
2-) se arrumar;
3-) trabalhar;
4-) estudar;
5-) ter vida social;
6-) dormir.
(Não necessariamente nessa ordem.)
Uma série de fatores podem mudar um pouco esses tópicos. Vejamos esses mesmos tópicos no olhar de uma garota de 17 anos que acabou de entrar na faculdade e arrumou o primeiro emprego (aqui estamos falando das famosas "patricinhas"):
1-) Acordar;
2-) escova no cabelo, maquiagem e 1h30 para escolher uma roupa;
3-) encontrar as amigas na faculdade para contar as últimas do fim de semana;
4-) ir para a loja balada do shopping vender roupas durante meio período;
5-) encontrar o namorado bonitão e ir para uma balada gastar R$324,87 só para entrar;
6-) dormir.
Com garotos não muda muito:
1-) Acordar;
2-) tomar banho de 5 minutos, vestir a primeira roupa que aparecer na frente e passar um vidro de perfume;
3-) encontrar os amigos na faculdade, jogar algum jogo de cartas enquanto fumam feito chaminés e falam sobre alguma "gata gostosa";
4-) ir, de muita má vontade, para o emprego que seu pai arrumou na loja de carros da família;
5-) passar 3 horas na academia e a noite sair para "pegar mulher";
6-) dormir.
Agora, e com nossos pais? Mudaria muita coisa? Vejamos:
1-) Acordar;
2-) se arrumar, arrumar o café da manhã da família e arrumar os filhos;
3-) ir para o trabalho (não é o que ele/ela gosta, mas dá pra ganhar dinheiro suficiente para manter a casa)
4-) trabalhar um pouco mais;
5-) não sabe mais o que é vida social desde que seu/sua filho(a) de 17 anos nasceu;
6-) (tentar) dormir (o/a filho/a chamou uns amigos em casa para passar a noite).
Agora imagine nossos avós:
1-) Acordar (muito cedo);
2-) tomar banho e colocar a famosa "roupa de ficar em casa";
3-) tricotar meias para a família toda enquanto assiste programas ruins na TV/se reunir com velhinhos na praça pra jogar dominó;
4-) falar dos outros;
5-) tomar remédios;
6-) domir (muito cedo).
A vida é comum pra todos, mas são tão diferentes!
Uma vez, conversando com um amigo, ele me disse que queria voltar e parar no tempo na época que ele tinha 15 anos. Perguntei a ele qual seria a graça e ele me falou sobre responsabilidades que agora ele tem e que antes não tinha, da vida como era mais fácil e algumas outras coisas. Penso que seria realmente ruim estacionar o tempo naquela época, não tínhamos independência nenhuma, éramos obrigados a assistir aulas de matérias que detestávamos, usávamos uniforme e tínhamos horário pra chegar em casa. No meu caso, minha vida está muito melhor agora que estou com 20 anos! Vou onde quero, chego em casa na hora que quero, estudo o que gosto na faculdade e, mesmo sem independência financeira total, já começo a caminhar sozinha. Já tive meu primeiro emprego, tenho minhas responsabilidades e já tomei decisões mais importantes. Não é só isso, também temos a confiança que é depositada em nós a cada ano que passa, os perigos que aparecem testanto nossa moral e dignidade (me senti uma velha escrevendo essa parte!), passamos a entender mais e melhor as coisas etc etc etc. Envelhecer, assim como a vida, é comum pra todos, mas completamente diferente para cada um.
Não vou mentir, tenho um pouco de saudade dos meus 15 anos, mas não os trocaria pelos 20 que tenho hoje, nem me preocupo muito pensando como vai ser daqui mais 5 ou 10 anos.
Os tópicos que resumem a vida são muito parecidos, independente do modo que você leva sua vida, mas ao mesmo tempo são distintos em casa fase, cada idade, para cada um.
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Written on 11:15 by Dona Tagarela
Acordei sentindo uma respiração no meu pescoço. Eu estava bem perto da parede, olhei pra trás e a Babi estava ocupando mais da metade da cama. O Bobby, como de costume, estava deitado no pé da cama apoiando a cabeça na minha perna. Tentei dormir outra vez, mas o ronco dos cachorros não me deixou pregar os olhos.
Levantei e fui até a cozinha fazer um pouco de café para tomar. Com Bobby e Babi nos meus calcanhares, voltei pra sala para ver se passava alguma coisa interessante na tv, mas pra variar não tinha nada que prestasse. Liguei Paul, meu computador novo, para checar meus emails e meu orkut, nada interessante outra vez.
O céu lá fora estava aberto, o sol não estava forte e fazia frio. Começo de julho é sempre chato, nem todo mundo já está de férias, nunca tem nada pra fazer, mas eu queria mudar o rumo do meu dia. Fui até meu quarto, sentei no chão e comecei a organizar as coisas. Joguei fora papéis velhos, organizei meus livros e até meus bichos de pelúcia. Arrumei meus sapatos, minhas roupas e as revistas. Até fui passear com os cachorros e troquei a água do aquário do Jack, meu peixe.
Ainda não fiz muitos planos para o resto das férias mas depois dessas pequenas e significativas mudanças sei que vão ser boas.
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