Written on 13:42 by Dona Tagarela

Algumas semanas atrás escrevi um texto e salvei aqui no meu PC, mas infelizmente acabei deletando sem querer.

Eu escrevi sobre como algumas pessoas gostam de diminuir outras com coisas, na maioria das vezes, bobas e puramente materiais. Fiquei pensando sobre o texto e percebi que todo mundo faz isso, uns mais e outros menos, mas todo mundo faz. O problema é quando isso começa a atrapalhar. Coisas do tipo "eu tenho, você não tem" ou "o meu é melhor que o seu" parece coisa de criança, não é? Meninas que ficam comparando quem tem mais acessórios da Barbie ou meninos que ficam comparando pistas de Hot Wheels. A questão é: tem muita gente grande fazendo isso. E qual o motivo? Sinceramente queria saber. Eu vivo muito feliz com meu celular que tem mais de um ano, meu notebook com 80GB de memória e meu carro velho. Seria bom ter tudo novo e mais moderno? Claro, mas estou bem desse jeito.
Sentimentos e a própria amizade são coisas bem mais importantes que coisas materiais. Tenho amigos que têm muito mais que eu e amigos que têm muito menos, e não me acho nem melhor nem pior que eles. Só sou diferente, levo minha vida de um jeito diferente.
Você que faz esse irritante discurso de criança: pensei um pouco. Isso irrita e afasta as pessoas. Não por inveja, mas pelo simples fato disso encher o saco!
E quando o problema não é com coisas materiais? Quem nunca conheceu uma pessoa que usa conhecimento pra se achar a última colherada de nutella? Mais uma vez eu me coloco como exemplo, conheço muita gente mais inteligente que eu e muita gente mais burra, e trato todos de maneira igual. Já tive professores muito inteligentes que passaram seus conhecimentos de maneira simples e interessante, mas já tive professores que praticamente diziam "escutem alunos, eu estou certo, eu sei tudo, eu sou foda e ninguém pode contrariar".
Parabéns, campeão!
Ninguém sabe tudo, ninguém é melhor que ninguém, todos nós somos diferentes. Alguns com mais facilidade pra algumas coisas, alguns com menos. Tô meio revoltada, isso pode acabar com velhas amizades ou até mesmo com amizades que poderiam começar se tivesse uma coisa que falta pra algumas pessoas: respeito.
Pra quem gosta dessas comemorações de fim de ano: Feliz 2009.

Written on 18:14 by Dona Tagarela


Havia tanto barulho que quase não dava pra ouvir, mas prestando atenção um "tec tec tec" era percebido. Bem do lado da barraca de pastel um senhor, cego, bate no chão uma bengala feita de cabo de vassoura. A outra mão está estendida esperando algumas moedas que possivelmente seriam para comprar alguma coisa pra beber ou comer.Algumas pessoas passavam sem reparar, todas apressadas e ligeiramente atordoadas pelos gritos dos feirantes. Outras pessoas, mais caridosas, paravam para deixar algumas moedas na mão estendida. "É de 25 centavos, senhor?" Pergunta o suposto cego. "Sim" responde o rapaz de maneira seca e se afasta.O gosto de ganhar algumas moedas vai embora junto com as mesmas quando chega um bando de garotos usando roupas surradas e chinelos. "Dá uma moeda? Você já ganhou muito aí! A gente também quer!". Nem 30 segundos depois o senhor cego já estava com os bolsos vazios e os garotos já estavam longe, pedindo mais moedas para as donas de casa cheias de sacolas ou os pais que estavam lá para levar os filhos para comer um pastel.
Depois de ver a cena fiquei me perguntando se o senhor era realmente cego e se ele fez certo em dar todas as moedas para aqueles meninos.

(des)encontros

Written on 15:26 by Dona Tagarela


Venha me assistir em:"(des)encontros"
Única apresentação - 14/12 às 17h
Recriarte: R. Fradique Coutinho, 994
Vila Madalena
Ingressos: r$5 ou 1 kg de alimento não perecível.

Written on 15:42 by Dona Tagarela

Eu poderia fazer uma lista de coisas pra você mudar, poderia nunca mais falar com você, poderia te odiar pelo resto da vida, poderia ficar longe de você pra sempre.
Me irrira você não trocar de celular, não comprar um nextel, não me atender quando te ligo sábado a tarde. Me irrita você fumar muito, você ser tão grosso as vezes.
Odeio você nunca saber nada, ficar sempre no "vou tentar", "quem sabe" etc.
Chove lá fora e do meu lado tem uma taça de vinho, estou bebendo sozinha, mas bem que você poderia estar aqui comigo. Eu poderia preparar um jantar romântico, a gente podia ver um filme ou só ficar na cama em silêncio escutando a chuva cair.
As aulas de teatro, de esgrima, de mergulho e de línguas estranhas vão ter que eperar. Esperar. Esperar. Esperar. Quanto tempo mais? Até cansar? Até não ter mais lágrimas? Até aparecer outra pessoa? Até quando? "Não sei" - a mesma resposta de sempre.
Estou cansada, esgotada, chateada, magoada.
Chorei, não consegui me concentrar no ensaio do teatro, desanimei pra sair. Bem diferente daqueles dias passados que não estava me contendo de felicidade e animação.
Estou tonta, estou com sono, estou acabada.
Preciso de suspresas, momentos inesquecíveis. Preciso me sentir amada, especial, única.
Preciso parar e pensar, mas não consigo. Gosto, amo, mas não acho certo, não quero. Estou confusa.
Te odeio. Te amo.

Written on 15:16 by Dona Tagarela


Por conta do rodízio municipal de veículos fui obrigada a deixar meu carro em casa hoje, estou num táxi agora, acabei de sair do trabalho e estou indo pra faculdade. Um assunto ficou na minha cabeça o dia todo e resolvi escrever sobre ele. É engraçado pensar como algumas pessoas aparecem do nada na nossa vida e se tornam especiais sem nenhum motivo aparente. Amamos e somos amados sem razão e sem esforço, não escolhemos nossos sentimentos como escolhemos uma roupa.
Algumas relações se tornam sérias e fortes em pouco tempo, e o medo e o amor começam a brigar feio, é como a briga do coração com a razão, um quer continuar, quer ser feliz, o outro quer parar, tem medo de sofrer. Difícil tomar uma decisão quando não apenas nossos sentimentos estão envolvidos, o medo de magoar e ficar magoado é enorme, assim como, muitas vezes, o amor.
[Pausa para a aula de filosofia.]
Geralmente sou um pouco egoísta, penso em mim e que se dane o sentimentos dos outros, mas tem horas que a coisa muda, me vejo tão envolvida que tenho muito medo de magoar.
Sou encrenqueira sim, brigo por motivos idiotas, mas também sei ser carinhosa. Gosto de me sentir única, sentir que precisam de mim e esse tipo de coisas. Gosto de coisas simples e fico muito chateada quando não conseguem me agradar [estou sendo egoísta mais uma vez]. Estou um pouco cansada de correr atrás de agradar os outros, com relacionamentos passados aprendi a me controlar um pouco mais. Não estou errada, estou?
É complicado demais você acreditar num “eu te amo” quando as atitudes não dizem isso. É complicado resolver tudo sozinha, ter que explicar tudo, mostrar todos os caminhos. Mas a pior parte, definitivamente, é esperar. Odeio esperar qualquer coisa, ainda mais coisas relacionadas a isso! Esperar uma ligação, uma mensagem, uma carta, um encontro, uma surpresa.
Ah como é difícil!

Besteira natalina.

Written on 18:39 by Dona Tagarela

Terça-feira, no caminho do trabalho pra faculdade, vi que já tem gente enfeitando a casa pro Natal. Ainda estamos em outubro e essa besteirada toda de Natal já começou. Pisca-pisca, Papai Noel, trenó e conta no vermelho pra todo lado! A falsidade toda se concentra nessa época. Todo mundo é feliz, compra presentes descontroladamente, se abraça, sorri e come demais.
Sinceramente não gosto muito do Natal, como meus pais são separados, todo fim de ano é uma dor de cabeça pra mim. Todo ano tenho que decidir onde vou passar Natal e Ano Novo, todo ano tem parte da família de cara comigo, todo ano minha vó materna encasqueta que quer ficar sozinha e depois liga fazendo manha. Definitivamente não é legal. Não vejo muita graça nessas festas, chamar os amigo em casa pra beber, ouvir música e jogar imagem e ação é muito mais divertido que comer farofa, assistir o especial da Xuxa ou do Roberto Carlos na Globo e fingir pras crianças que o Papai Noel realmente existe!
E por falar no velho Noel, acredita que até hoje meu pai diz que não era ele vestido com aquela roupa vermelha e com almofadas na barriga 19 anos atrás? Acho que já estou bem grandinha pra não chorar se descobrir que o Papai Noel que me deu presentes coloridos 19 anos atrás é, na verdade, o meu verdadeiro pai, sem aquela barriga enorme, sem barba e com poucos fios loiros na cabeça.
Ainda bem que passa rápido, assim como o resto do ano.

Tempo e amizades.

Written on 21:58 by Dona Tagarela

Todo mundo tem todo tipo de fase, assim como as amizades, pelo menos pra mim. Cada época estou mais amiga de alguma pessoa, e a força oculta que nos aproxima é a mesma que nos distancia. Gosto de todos os meus amigos, mas tem certas épocas que fico tão de saco cheio de alguns que não quero nem falar oi!
Interesses parecidos podem aproximar, assim como problemas e gostos parecidos, mas depois de um tempo todos esses fatores continuam iguais mas cadê as amizades? É estranho entender como isso funciona. Eu nunca consegui ficar numa boa com todos os meus amigos, não que eu tenha muitos, mas sempre estou brigada ou cansada de algum.
Agora, por exemplo, estou sentada num café com um dos meus poucos e bons amgos. Estamos saindo muito esses dias e eu estou adorando isso! Já tivemos uma outra fase boa como essa, já ficamos muito tempo sem sair e agora estamos aqui, saindo juntos mais de duas vezes por semana. Comecei a gostar de teatro por causa dele e ele foi algumas vezes na minha balada preferida, mesmo sem gostar muito.
Amizade é isso, um completando o outro, é como um casamento, tem fases ruins e boas. Não sei quanto tempo essa nova fase vai durar, mas sei que estou adorando e quero aproveitar ao máximo! O bom é que não vou ficar triste quando acabar, porque sei que ela vai voltar!

É tudo uma questão de ponto de vista.

Written on 21:31 by Dona Tagarela

A vida pode ser muito simples. Pode até ser resumida em tópicos. Assim:
1-) Acordar;
2-) se arrumar;
3-) trabalhar;
4-) estudar;
5-) ter vida social;
6-) dormir.
(Não necessariamente nessa ordem.)
Uma série de fatores podem mudar um pouco esses tópicos. Vejamos esses mesmos tópicos no olhar de uma garota de 17 anos que acabou de entrar na faculdade e arrumou o primeiro emprego (aqui estamos falando das famosas "patricinhas"):
1-) Acordar;
2-) escova no cabelo, maquiagem e 1h30 para escolher uma roupa;
3-) encontrar as amigas na faculdade para contar as últimas do fim de semana;
4-) ir para a loja balada do shopping vender roupas durante meio período;
5-) encontrar o namorado bonitão e ir para uma balada gastar R$324,87 só para entrar;
6-) dormir.
Com garotos não muda muito:
1-) Acordar;
2-) tomar banho de 5 minutos, vestir a primeira roupa que aparecer na frente e passar um vidro de perfume;
3-) encontrar os amigos na faculdade, jogar algum jogo de cartas enquanto fumam feito chaminés e falam sobre alguma "gata gostosa";
4-) ir, de muita má vontade, para o emprego que seu pai arrumou na loja de carros da família;
5-) passar 3 horas na academia e a noite sair para "pegar mulher";
6-) dormir.
Agora, e com nossos pais? Mudaria muita coisa? Vejamos:
1-) Acordar;
2-) se arrumar, arrumar o café da manhã da família e arrumar os filhos;
3-) ir para o trabalho (não é o que ele/ela gosta, mas dá pra ganhar dinheiro suficiente para manter a casa)
4-) trabalhar um pouco mais;
5-) não sabe mais o que é vida social desde que seu/sua filho(a) de 17 anos nasceu;
6-) (tentar) dormir (o/a filho/a chamou uns amigos em casa para passar a noite).
Agora imagine nossos avós:
1-) Acordar (muito cedo);
2-) tomar banho e colocar a famosa "roupa de ficar em casa";
3-) tricotar meias para a família toda enquanto assiste programas ruins na TV/se reunir com velhinhos na praça pra jogar dominó;
4-) falar dos outros;
5-) tomar remédios;
6-) domir (muito cedo).
A vida é comum pra todos, mas são tão diferentes!
Uma vez, conversando com um amigo, ele me disse que queria voltar e parar no tempo na época que ele tinha 15 anos. Perguntei a ele qual seria a graça e ele me falou sobre responsabilidades que agora ele tem e que antes não tinha, da vida como era mais fácil e algumas outras coisas. Penso que seria realmente ruim estacionar o tempo naquela época, não tínhamos independência nenhuma, éramos obrigados a assistir aulas de matérias que detestávamos, usávamos uniforme e tínhamos horário pra chegar em casa. No meu caso, minha vida está muito melhor agora que estou com 20 anos! Vou onde quero, chego em casa na hora que quero, estudo o que gosto na faculdade e, mesmo sem independência financeira total, já começo a caminhar sozinha. Já tive meu primeiro emprego, tenho minhas responsabilidades e já tomei decisões mais importantes. Não é só isso, também temos a confiança que é depositada em nós a cada ano que passa, os perigos que aparecem testanto nossa moral e dignidade (me senti uma velha escrevendo essa parte!), passamos a entender mais e melhor as coisas etc etc etc. Envelhecer, assim como a vida, é comum pra todos, mas completamente diferente para cada um.
Não vou mentir, tenho um pouco de saudade dos meus 15 anos, mas não os trocaria pelos 20 que tenho hoje, nem me preocupo muito pensando como vai ser daqui mais 5 ou 10 anos.
Os tópicos que resumem a vida são muito parecidos, independente do modo que você leva sua vida, mas ao mesmo tempo são distintos em casa fase, cada idade, para cada um.

Dona tagarela diz:

Written on 11:15 by Dona Tagarela

Acordei sentindo uma respiração no meu pescoço. Eu estava bem perto da parede, olhei pra trás e a Babi estava ocupando mais da metade da cama. O Bobby, como de costume, estava deitado no pé da cama apoiando a cabeça na minha perna. Tentei dormir outra vez, mas o ronco dos cachorros não me deixou pregar os olhos.
Levantei e fui até a cozinha fazer um pouco de café para tomar. Com Bobby e Babi nos meus calcanhares, voltei pra sala para ver se passava alguma coisa interessante na tv, mas pra variar não tinha nada que prestasse. Liguei Paul, meu computador novo, para checar meus emails e meu orkut, nada interessante outra vez.
O céu lá fora estava aberto, o sol não estava forte e fazia frio. Começo de julho é sempre chato, nem todo mundo já está de férias, nunca tem nada pra fazer, mas eu queria mudar o rumo do meu dia. Fui até meu quarto, sentei no chão e comecei a organizar as coisas. Joguei fora papéis velhos, organizei meus livros e até meus bichos de pelúcia. Arrumei meus sapatos, minhas roupas e as revistas. Até fui passear com os cachorros e troquei a água do aquário do Jack, meu peixe.
Ainda não fiz muitos planos para o resto das férias mas depois dessas pequenas e significativas mudanças sei que vão ser boas.