Written on 15:20 by Dona Tagarela
Estou escrevendo um projeto para minha aula de teoria e método de pesquisa. Como tema eu deveria escolher um problema de comunicação. Demorou muito, eu queria algo relacionado ao meu trabalho [moda], até que finalmente achei um tema bom. Estou escrevendo sobre uma marca de roupas do sul do Brasil que vende, a preços abrusdos, roupas que se compra por muito pouco em qualquer loja do Bom Retiro [não posso falar do Bom Retiro porque uma das marcas que eu cuido, aliás minha preferida, fica lá].
É uma marca que tem muito dinheiro, investe muito em propaganda, mas no fim.. não tem o destaque merecido. Não por falta de trabalho de produção de moda, mas porque é tudo barrado na hora da edição! As revistas preferem colocar as mesmas coisas sempre, nunca mudam, nunca dão chance para uma marca nova aparecer.
Mas contei tudo isso pra chegar numa pergunta: trocar o certo pelo duvidoso sempre vai ser ruim?
Eu já troquei algumas vezes, e nem todas deram errado! Imagina se a oportunidade da sua vida cai nas suas mãos, mas você tem medo e acaba deixando passar. A última troca de certo por duvidoso que fiz foi com celular, troquei um celular da TIM por um Nextel; Troquei um aparelho com câmera, mp3, etc por um que não tem nada; troquei pré por pós pago. Eu não sabia se ia acostumar com celular "pelado" outra vez, mas a preocupação maior era com a conta, eu com certeza iria pagar um absurdo de conta! Mas arrisquei. E não é que deu certo? Nos 4 primeiros meses foi um caos, exagerei muito, mas agora estou controlando. Com o TIM eu tinha certeza do quanto ia gastar. É, esse foi um exemplo bem ruim, mas é o único exemplo concreto que posso dar agora.
Sabe uma troca que eu faria? Eu trocaria o certo de morar em São Paulo pelo duvidoso de morar em Londres! Quem sabe um dia.
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Written on 20:25 by Dona Tagarela
Ela era uma menininha baixinha, cabelos na altura dos ombros, castanhos como os olhos. Gostava de sair por aí e descobrir o novo.
Certa vez, em uma de suas caminhadas, se deparou com um muro alto. Ela não podia contorná-lo, ele era infinito. Tentou achar tijolos soltos para abrir uma passagem, mas não conseguiu, todos os tijolos eram firmes demais.
Tentou então empurrar. Colocou toda sua força nas pequenas mãos e empurrou, mas sem sucesso mais uma vez. Tentou de tudo, jogar pedras, escalar, cavar um buraco para passar por baixo... mas nada a deixava passar pelo muro. Cansada, desviou seu caminho.
Não muito tempo depois ela reencontra o muro. Tenta mais uma vez empurrar, escalar, cavar.. e nada! Cansada, ela senta e começa a chorar. Não há mais nada que a menina consiga fazer, ela já esgotou suas energias tentando passar pelo muro e descobrir o que tem do outro lado.
Hoje ela ainda está lá... sentada na frente do muro, tentando acalmar soluços e lágrimas. Antes estava cansada de tentar, agora está se cansando de esperar. Ela realmente fez tudo que podia, agora espera que pelo menos um único tijolo comece a se soltar.
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Written on 17:56 by Dona Tagarela
Ontem a noite eu estava passando os canais quando me deparo com a nova mulher-fruta, a mulher pêra! Ela não tem nada demais, é baixinha, magrinha, não tem peitão nem bundão. Mas aí você lembra de todas as outras siliconadas e pergunta qual a graça da mulher pêra... eu respondo! Ela coloca uma pêra em cima de cada seio e sai por aí com uma cesta cheia da mesma fruta oferecendo-as para homens. Quando eles aceitam ela coloca a cesta perto dos seios para que a mão do homem fique perto das pêras no biquini dela. É isso! Uma mulher sem graça com um corpo sem graça. Durante a entrevista ficou visível que ela não conhece mais do que 100 palavras, mas acho que hoje em dia, se você for magra e usar uma roupa minúscula, não precisa saber falar, argumentar, ter opinião e coisas assim.
O que será que essas mulheres-fruta fazem com o dinheiro que ganham depois de sair em revistas como Playboy ou Sexy? A primeira coisa é sempre comprar uma casa para a mãe, mas e depois? Como elas administram tanto dinheiro? Podiam investir um pouco em educação, fazer cursos de como se comportar durante uma entrevista sem parecer uma idiota ou alguma coisa do tipo. Eu posso não ser bonita e não ter um corpo legal, mas pelo menos falta um ano e meio pra eu me formar na faculdade e eu sei muito bem conversar [vamos pular a parte sobre administrar dinheiro.. sou péssima nisso!].
Parece que uma bunda grande é mais importante que uma cabeça genial, é mais fácil conseguir as coisas com decotes enormes do que com idéias brilhantes. Cada vez mais o exterior é valorizado mais que o interior. Não sei se estou "revoltada" assim por trabalhar com moda, mas fico triste cada vez que percebo que estou cada vez mais longe de ser o que a sociedade espera que eu seja. Esse é um tema mais complicado, envolve preconceito, hipocrisia, e padrões tirados não faço a mínima idéia de onde.
Tenho amigos gordos, magros, brancos, negros, pobres, ricos, músicos, matemáticos, vagabundos sustentados pelos pais, pessoas que gostam de pagode, que gostam de forró, que gostam de rock, e gosto de todos independente de qualquer característica. Tá, fui longe demais.. admito! Mas já escrevi o que queria, é melhor parar por aqui.
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